Depois de Albee e sua história do zoológico (ver post abaixo), Marat Descartes e Gustavo Machado embarcam na selva urbana brasileira, contemporânea, midiática, consumista ao extremo e ensandecida do autor e diretor Francisco Carlos.
Marat participa nesta segunda, 29, da leitura de “Expedição dos amantes da máquina”, com José Maria Cardoso, Maria Manoella, Sergio Guizé e grande elenco ─ como é de costume nos trabalhos de Francisco.
Na segunda-feira passada, 22, Gustavo encarnou um reverendo suicida na leitura de “Românticos da idade mídia”, que conta a história de personagens como a freira Adele Fatal (Maria Manoella), que após fugir do convento abre uma sauna-mística para rituais religiosos-sadomasoquistas e passa a conviver com tipos como Jane-Jóia, uma cantora agressiva (Guta Ruiz); o punk Lobo Podre (Flávio Tolezani), um adolescente melancólico, uma ninfeta-órfã e uma TV-Monstra, além de o citado reverendo.
Mas, calma, a história está só começando: ainda tem procissões, pajelanças, dancing-mediúnico, feiticeiro-fake e uma citação muito personalizada dos coveiros de “Hamlet”. No fim nada alentador, todos se encontram num paraíso-Disneylândia. E a plateia se encontra aguardando a montagem.
Assim como “Românticos da idade mídia”, a leitura de “Expedição dos amantes da máquina” vai ser no auditório da Folha de S. Paulo (Alameda Barão de Limeira, 459, 9º andar, Santa Cecília), às 20 horas.
28.6.09
27.6.09
No zoológico
“Às vezes, uma pessoa tem que se afastar muito do caminho para atingir um ponto relativamente próximo”.
A frase do personagem Jerry, entre tantas outras, vem à mente quando se fala em “The zoo story”, de Edward Albee, um dos textos clássicos da dramaturgia do século 20. Encenada pela primeira vez em 1959, continua a despertar inquietações na plateia, exatas cinco décadas depois. Temas como a solidão e a dificuldade da comunicação com o outro, além do abismo entre as classes, estão lá como se a peça tivesse sido escrita há poucos dias.
A conversa entre Jerry e Peter naquele banco do Central Park pôde ser vista/ouvida novamente no início deste mês, em São Paulo, na leitura feita por Gustavo Machado e Marat Descartes no Sesc Consolação, dirigida por Roberto Alvim. Não deixou de ser uma homenagem a Albee, que completou 80 anos em 2008.
“The zoo story” integrou o projeto “Leituras dramáticas – Intolerância”, concebido e dirigido por Eugênia Thereza de Andrade, que já tem agendada para 13 de julho “As bruxas de Salem”, de Arthur Miller, desta vez dirigida por Marco Antonio Pâmio. Às 19h30.
Ah: entrada franca.
Fotos: Roger Sassaki
26.6.09
Montenegro & Beauvoir, Torres & Sartre
“Viver sem tempos mortos” marca os 80 anos de Fernanda Montenegro e encerra temporada neste domingo, dia 28, no Sesc Consolação. Todo mundo já sabe que os ingressos estão esgotados desde antes da estreia e que, neste trabalho dirigido por Felipe Hirsch (de “Avenida Dropsie”), Fernandona traz à luz textos da escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir.
O que nem todo mundo sabe é que, durante a temporada, Fernanda realizou todas as quartas-feiras, também no Sesc e junto com o professor Jorge Coli, bate-papos gratuitos sobre Beauvoir e temas que a circundam, como a filosofia, o feminismo (ou feminino, como prefere Fernanda), a paixão e a liberdade. Mais detalhes desses bate-papos – que, ao contrário da peça, não lotaram – aqui. E uma resenha da peça, aqui.
Uma cadeira é o único objeto de cena e dela Fernanda não se levanta durante a peça inteira. O gesto - além do texto, obviamente - remete à memória de Jean-Paul Sartre, parceiro da vida inteira de Beauvoir: foi em uma cadeira semelhante que ela sentou-se ao lado da sepultura de Sartre. Não por acaso, Fernanda Montenegro dedica o espetáculo ao ator Fernando Torres, morto em 2008 e seu parceiro da vida inteira.
Fotos: Guga Melgar
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Os textos linkados são do blog Sorriso de Medusa.
O que nem todo mundo sabe é que, durante a temporada, Fernanda realizou todas as quartas-feiras, também no Sesc e junto com o professor Jorge Coli, bate-papos gratuitos sobre Beauvoir e temas que a circundam, como a filosofia, o feminismo (ou feminino, como prefere Fernanda), a paixão e a liberdade. Mais detalhes desses bate-papos – que, ao contrário da peça, não lotaram – aqui. E uma resenha da peça, aqui.
Uma cadeira é o único objeto de cena e dela Fernanda não se levanta durante a peça inteira. O gesto - além do texto, obviamente - remete à memória de Jean-Paul Sartre, parceiro da vida inteira de Beauvoir: foi em uma cadeira semelhante que ela sentou-se ao lado da sepultura de Sartre. Não por acaso, Fernanda Montenegro dedica o espetáculo ao ator Fernando Torres, morto em 2008 e seu parceiro da vida inteira.
Fotos: Guga Melgar
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Os textos linkados são do blog Sorriso de Medusa.
23.6.09
Raio raptor
Mitologia indígena, o resgate do ser amado e os limites demarcados entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos
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Imagem eletrônica, movimento, luz e fogo
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Momento sensorial, quando o espectador deita em redes amazônicas e acompanha parte da odisséia do herói com os olhos vendados – para melhor sentir aromas e ouvir estranhos ruídos
“Raptada pelo raio”, espetáculo da Cia. Livre a partir de um mito dos índios Marubo, conta a trajetória de um homem que percorre lugares desconhecidos e defronta-se com perigos em busca da mulher-personagem título.
O grupo retoma a linha de pesquisa de “VemVai – O Caminho dos mortos”, Prêmio Shell de melhor direção em 2008 para Cibele Forjaz.
“Raptada pelo raio” tem novamente direção de Cibele. A dramaturgia é de Pedro Cesarino, em processo colaborativo com a Cia. Livre. No elenco, Lúcia Romano, Edgar Castro, Christian Amêndola e Paulo Azevedo. No piano, ao vivo, Cristiano Meireles. Nas redes, a plateia.
Até 28 de junho, na sede da Cia, rua dos Pirineus, 107, Santa Cecília, São Paulo.
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Fotos: Cacá Bernardes
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Imagem eletrônica, movimento, luz e fogo
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Momento sensorial, quando o espectador deita em redes amazônicas e acompanha parte da odisséia do herói com os olhos vendados – para melhor sentir aromas e ouvir estranhos ruídos
“Raptada pelo raio”, espetáculo da Cia. Livre a partir de um mito dos índios Marubo, conta a trajetória de um homem que percorre lugares desconhecidos e defronta-se com perigos em busca da mulher-personagem título.
O grupo retoma a linha de pesquisa de “VemVai – O Caminho dos mortos”, Prêmio Shell de melhor direção em 2008 para Cibele Forjaz.
“Raptada pelo raio” tem novamente direção de Cibele. A dramaturgia é de Pedro Cesarino, em processo colaborativo com a Cia. Livre. No elenco, Lúcia Romano, Edgar Castro, Christian Amêndola e Paulo Azevedo. No piano, ao vivo, Cristiano Meireles. Nas redes, a plateia.
Até 28 de junho, na sede da Cia, rua dos Pirineus, 107, Santa Cecília, São Paulo.
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Fotos: Cacá Bernardes
6.6.09
Melissa:
Calma. Você vai acertar o buraco da agulha. Não tem problema nenhum chegar um pouco atrasada. Todo noivo sabe que deve esperar e ele vai esperá-la. Você vai conseguir costurar seu coturno. Melissa: calma.
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